terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Uma aventura literária 2012 - 4º ano (texto original)

Lê alguns dos contos criados pelo 4º ano (modalidade: texto original), no âmbito do Concurso da Editorial Caminho.

Uma aventura nas águas

Numa pequena vila vivia um jovem moço, muito reguila, chamado Tó Manecas, que saía todos os dias de manhã, com o seu pequeno barquinho, a sua cana de pesca e a sua inseparável amiga joaninha, mais conhecida por Jô Pintinhas. O Tó usava um chapéu de palha que cobria os seus belos e luzidios caracóis. As calças e a camisola faziam lembrar o seu avô marinheiro, por causa das riscas.


Havia alguns dias que os pescadores falavam entre eles sobre o mar estar bravo e as ondas amaldiçoadas. Ao verem que o Tó ia sair para o mar, disseram-lhe:

- Oh, Tó Manecas, parece-nos que estás a perder tempo, porque, a trezentos metros da costa, existem ondas tremendas que espantam toda a pescaria.

Mas o Tó e a Jô não lhes ligaram nenhuma. O Tó colocou uma minhoca no anzol e lançou a cana quando, de repente, uma onda tremenda quase os atirou à água. Milagrosamente não perdeu a sua cana, porque tinha muito bons reflexos, mas foi por um triz que as ondas não lha arrancaram das mãos.

De seguida, lembrou-se do que lhe tinham dito os pescadores: que havia muito tempo que no

seu mar não se podia pescar por causa das imensas ondas que rodeavam as suas embarcações.

- Tinham razão! – disse o Tó Manecas à Jô Pintinhas.

De pé, no seu barquinho, o Tó remava contra as ondas, armado com um dos seus remos.

- Que disparate! Com esta agitação, como vou conseguir pescar algum peixe? Isto é um grande mistério que ninguém entende… por que será que junto ao porto as ondas estão calmas e aqui, de repente, esta agitação, sem sabermos qual a razão?...

A água entrava no barco e os movimentos das ondas faziam com que o pequeno barco subisse e descesse, fosse de um lado para o outro e girasse como um pião. De repente, o Tó julgou que estava no cimo de uma montanha de água que, logo de seguida, descia e voltava a subir… até que algo o assustou terrivelmente: surgiu um olho grande e pestanudo e uma voa que disse:

- Olá, miúdo. Não te quero assustar. Apenas preciso que me oiças, para que me possas ajudar. Quando eu era pequenina comi, sem querer, uma estrela do mar, e agora tenho uma família de estrelas do mar dentro de mim.

- E o que é que isso tem a ver com os saltos que dás? – perguntou o Tó.

- É que, ao movimentarem-se, fazem-me muitas cócegas e morro de riso. Como sou tão grande, quando rio a água movimenta-se de tal forma que parece um maremoto.

- Escuta, baleia! Vou ver se encontro uma forma de deixares de rir,

pois assim os meus amigos pescadores poderiam voltar a sair para a pesca, concordas?

- Seria fantástico!

O Tó pensou, pensou… até que teve uma ideia brilhante:

- Ouve, quais são os peixes que comem as estrelas?

- Todos os peixes das rochas…

- Então leva-me até lá, à procura deles.

E assim foi. A baleia deixou o Tó e a sua amiga Jô no barco, e conseguiram pescar montes de peixes. De seguida, atirou vários peixes para a boca da baleia.

- Agora vou levar-te para terra, porque já está de noite. Amanhã regressas, para veres se a tua ideia resultou.

No dia seguinte, o Tó Manecas, ao acordar, olhou pela janela e ficou muito contente por ver muitos barquinhos a sairem para a pesca. Vestiu-se depressa, colocou a Jô ao ombro, apanhou o seu barco e remou até ao lugar onde se encontrava a baleia. Esta tinha um sorriso gigante, e uma cara de felicidade que chegava ao coração!

- Olá, amigo! Obrigada pela tua ajuda.

- Obrigado eu também por nos ajudares na pesca.

E assim ficaram amigos para sempre, com este segredo bem guardado.

Filipa Andrade Gomes

Uma aventura… até um novo amanhecer

Era uma vez uma princesa que se chamava Bela. Tinha cabelo comprido, loiro acastanhado. Era branquinha como a neve que cai no céu, muito simpática para as pessoas e gostava de se enfeitar com coxas naturais, pulseiras de cores, e pedras preciosas muito valiosas. Essa menina vivia numa cidade cinzenta. Como os outros meninos, sentia-se muito triste e, com frequência, sentia saudades da sua mãe que um dia, quando dormia, no castelo de Dominó, foi raptada.

Certo dia, durante a noite, olhou para o céu e viu uma estrelinha muito luminosa. Então, a princesa Bela, com a ajuda daquela luz, decidiu ir procurar a sua querida mãe.

Viajou por muitas terras e muitos oceanos, até que encontrou o Vale das Fadas, a cidade mais pequena cercada por grandes montanhas. Bela, com receio, espreitou e disse :

- Olá, eu sou a Bela!

- Aaaah! Escondam-se! É um ser humano! - gritaram as fadas.

-Não se assustem, eu venho à procura de um espelho mágico para que possa encontrar a minha mãe !

- Aqui não temos nada! - respondeu a fada rabugenta.

- Não, não! Aqui está esse espelho, toma, é todo teu! Vamos agora levar-te a um nosso companheiro, o ratinho Queijinho! - afirmaram, em coro, as outras fadas.

- Está bem, fico feliz pela ajuda. - agradeceu a Bela.

- Vão embora e muita sorte! Adeus - disseram as fadas.

- Adeus e obrigada!

Lá partiu a Bela, com o Queijinho e com o espelho mágico.

O dito espelho abriu, então, uma passagem secreta e lá percorreram uma grande distância, até que avistaram uma enorme mancha verde, cercada por água muito límpida. Era uma ilha com muita vegetação e vigiada por dois guardas.

- O que esconderão lá dentro ? Um tesouro ou a minha mãe? Vamos descobrir, mas precisamos de ajuda. Então a Bela pediu ao espelho que trouxesse a Mónica, que só pensa em estudar, a Maria, que quer casar, o Agostinho, que gosta de ler, e o Manuel, que quer aprender. A tarefa era complicada mas, com certeza, a vontade de descobrir o mistério que se encontrava naquela ilha era tão forte que iriam vencer.

Dividiram tarefas e puseram em acção o plano. O Agostinho tinha que distrair os guardas, então gritou:

-Ai, Ai socorro!

Os guardas, com todo aquele alarido, vieram ver o que se passava. Entretanto, a Bela e os companheiros entraram. Como não havia nada de grave, os guardas, furiosos, desataram a correr a trás do Agostinho e gritavam:

- Vem cá, vamos apanhar-te!

Quando os amigos entraram viram uma caverna com água a cair do teto, teias de aranha e, à frente, um trono. Todos, muito curiosos, lá foram entrando. Encontraram um senhor com uma corda. Agarrou na mãe da Bela e ia atirá-la para dentro de uma panela cheia de óleo a ferver.

- Oh! Crianças, eu sou Mambo, o malvadez! Vou já lançar esta mulher para este caldeirão!

- Oh! Não vais! Pega lá isto! Um enorme balde de aranhas venenosas. Se deitas a minha mãe nesse caldeirão é o teu fim! Todas estas aranhas irão ser enterradas na tua cabeça! - exclamou a Bela.

- Está bem, vou libertar a tua mãe, mas com uma condição. Vivo muito atribulado… então, preciso de ajuda para sair deste inferno e libertar-me deste feitiço malvado!

E assim foi. Passados alguns instantes, não havia rasto do Mambo; ele tinha desaparecido, voando pelo espaço.

A Bela, muito feliz, correu para os braços da sua mãe e disse-lhe:

- Querida, tive tantas saudades tuas! Senti muito a tua falta!...

A mãe, muito emocionada, abraçou a filha e beijou-a, dizendo-lhe:

- Oh, minha querida filha! Passei momentos muito tristes e dolorosos! Senti profudamente a tua falta!... Obrigada pelo teu esforço e dedicação, bem como aos teus amigos!

Vamos embora! Faremos uma grande festa no castelo do Dominó. – sugeriu a Bela.

Já no castelo, decidiram enviar convites a todas as pessoas da cidade e deram uma grande festa.

Nessa noite, a mãe e a filha subiram ao cimo da montanha, de onde se avistava a cidade cinzenta. Aí, deram um enorme abraço. Nesse momento, vários pirilampos formaram um enorme coração e, deste, libertou-se uma luz muito brilhante e forte, que se espalhou por toda aquela cidade, dando-lhe alegria, cor, enfim… um movo amanhecer!...

Cristina Vieira Soares de Sousa

Uma aventura mágica

Era uma vez a Lúcia, uma fada que se pode transformar em pessoa normal. Tem o cabelo loiro e frisado e olhos azuis.

Certo dia, foi ter com a sua amiga Luísa, que tem o cabelo castanho com uma madeixa verde e olhos castanhos, e resolveram passear numa nau.

De repente, a nau afundou-se e toda a gente se afogou, exceto a Lúcia e a Luísa, pois a Lúcia se transformou em fada e levantou voo com a sua amiga às costas.

Passadas duas horas…

-Terra à vista! – gritou a Luísa.

Era uma ilha pequena, coberta de árvores, flores e canas-de-açúcar.

E a Lúcia exclamou:

- Vamos aterrar!

-Vamos construir um abrigo com aquelas canas-de-açúcar! – sugeriu a Luísa.

Construíram-no com as suas próprias mãos e ficou belíssimo. Depois foram buscar dois cachos de bananas, trinta cocos, e ainda pescaram cinco peixes.

As suas camas eram beliches. A sorte é que tinham levado as malas consigo porque, caso contrário, teriam que se cobrir com folhas de bananeira.

Mais tarde, foram extrair sal do mar para assarem dois peixes para o jantar. Tinham que poupar os peixes, porque eram o seu prato favorito, tirando as batatas fritas.

À noite foram dormir e a Lúcia ressonava como um porco. A Luísa não conseguia, por isso, dormir e foi para a rua. De repente, esta avistou um anão de pele verde com cabelos e olhos roxos e roupas rasgadas.

No dia seguinte, quando acordaram, a Luísa contou à Lúcia o que viu.

-Um homem verde? Já sei! Esse é o Timóteo! Foi preso! Mas depois fugiu e nunca mais o vimos. Então ele está aqui! -exclamou a Lúcia.

Foram ter com ele.

A Lúcia lutou bastante enquanto a Luísa observava. Lutou, lutou e lutou…

De repente, o Timóteo atacou-a por trás e a Lúcia caiu no chão quase morta. A Luísa foi para junto dela a chorar muito, estava chateadíssima com o Temóteo, e foi nesse preciso momento que ganhou asas e ficou com a roupa toda a brilhar. Acordou a Lúcia e as duas continuaram a lutar.

Ambas derrotaram o Timóteo e ele foi preso.

No fim, a Luísa afirmou:

- Só usarei os meus feitiços para o bem!

No dia seguinte, a Lúcia mostrou à Luísa o mundo das fadas e esta, ao ver tantas fadas, ficou encantada.

No fim, todos ficaram bem e o Timóteo não saiu mais da prisão.

Carolina Isabel Sousa

Uma aventura no tempo

Era uma vez um menino chamado Daniel que estava na floresta à procura da máquina do tempo. Ele foi andando, andando, andando… até que viu um caminho amarelo que era o caminho mágico do tempo.

Quando o Daniel entrou no passeio amarelo, ele começou a dançar, em vez de caminhar, e, mais adiante, encontrou um grupo de amigos.

- Quem são vocês? – perguntou ele.

- Nós somos irmãos, e estamos no caminho azul, porque queremos a máquina do tempo, para os nossos irmãos voltarem para a nossa casa.

- Querem vir comigo? Também estou à procura da máquina do tempo. Penso que ela deve estar no final do passeio amarelo, e nós ainda estamos a meio… É melhor irmos! – sugeriu o Daniel.

Na floresta havia macacos cor de rosa, borboletas às riscar e às bolas, e as árvores eram meio castanhas, meio douradas.

Ao longe, o Daniel viu dois amigos que se aproximavam, e perguntou-lhes:

- Por que é que estão aqui?

- Nós seguíamos pelo passeio azul, mas confundimo-lo com o caminho verde. No passeio azul havia tubarões assustadores! – responderam os dois amigos.

- Hum, já sei! – exclamou o Daniel. – O Ricardo deveria vir conosco para regressar à sua casa. E o Rui também deveria vir conosco, mas eu não sei se a máquina do tempo nos consegue levar a todos!

- Tive uma ideia! Podemos contar quantas pessoas estão aqui. Acham boa ideia? – sugeriu o Rui.

- Sim senhor, isso é que é ter ótimas ideias! – disse o Daniel.

- Agora vamos contar: 1, 2, 3, 4, 5, 6. Estão cá seis pessoas. Não é nada mau! – disseram os irmãos.

Foi então que encontraram comida. Uma fada chamada Íris deu-lhes aquela comida, porque estavam esfomeados e começava a ficar de noite. Depois, a fada Íris lançou a sua varinha de condão e disse:

- Perlimpimpim! Eu agora quero… casa!

Quando eles cabeceavam já com sono, a fada olhou para eles e exclamou:

- Olhem, eu trouxe-vos uma surpresa!

Eles olharam para ela e agradeceram imenso. Quando era já madrugada, todos chegaram ao fim do passeio. Foi então que o Daniel afirmou, entusiasmado:

- Uau! Já chegámos! Agora vamos sentar-nos!

E todos pediram um desejo:

- Desejamos voltar para casa!

E assim foi: chegaram e ficaram muito contentes. Todos disseram ao Daniel:

- Obrigadíssimo! Tu és o nosso herói!

Beatriz Benigna Faria Calisto

Uma aventura no Paraíso de Itália

Numa bela tarde de sol, havia uma menina chamada Brígida que era: alta, magrinha, de olhos castanhos, pele branquinha, usava óculos, adorava animais e tinha poderes mágicos nas suas mãos que punham as pessoas boas e felizes.

Certo dia, a Brígida ouviu falar num livro que se chamava O Paraíso de Itália e disseram que estava na Biblioteca perto da sua casa.

Passado algum tempo, Brígida resolveu ir à Biblioteca para ler o livro O Paraíso de Itália, mas antes a Brígida descreveu a Biblioteca como sendo um lugar com muitas prateleiras cheias de livros que pareciam fantásticos. A senhora da Biblioteca, que já tinha alguma idade, era muito simpática e chamava-se Paulina. A Dona Paulina ajudou-a a encontrar o livro, e quando finalmente o encontrou, deu-o à Brígida que logo o começou a ler, e tudo nele a fascinou.

Em O Paraíso de Itália, tudo era maravilhoso e mágico, os livros voavam como se estivessem a dançar pelo ar, as pessoas eram simpáticas, bonitas e divertidas mas também havia alguns maus da fita. Havia dois vilões eram pessoas muito más e ridículas, que utilizavam vassouras e pistolas com poderes mágicos muito maus, que assombravam a vida de todas as pessoas que lá viviam.

A Brígida andava muito entusiasmada com este livro e, por isso mesmo, utilizou de imediato as suas mãos mágicas para ir visitar este magnífico paraíso.

Quando lá chegou, os vilões não gostaram da sua presença e queriam que ela fosse embora o mais rápido possível. Fizeram-lhe muito mal, pregando-lhe partidas muito desagradáveis e, como Brígida não conhecia ninguém, e apesar de achar aquilo um sítio muito bonito, sentiu-se sozinha e triste e queria ir-se embora… Mas logo pensou que ninguém lhe ia estragar o seu sonho e então exclamou:

- Eu vou ficar aqui para sempre!- disse ela, determinada.

- Ai não vais não, pirralha! - gritou o vilão Vítor Mauzinho.

- Ai vou sim, seus vilões malandrecos!

- A quem estas a chamar malandrecos, sua pirralha?! - perguntou o José Trapalhão.

- Eu não me chamo pirralha, mas sim Brígida.

- E já agora, Brígida, como sabes os nossos nomes?

- Porque li um livro que fala perfeitamente de vocês os dois.

- Ai é Brígida? E o que é que esse livro diz sobre nós?

- Diz que vocês são maus e trapalhões e que, se não fossem vocês, este paraíso seria sossegado, divertido, engraçado e maravilhoso.

Ao ouvir aquilo, os mauzões ficaram frustrados e zangados. De repente, dispararam contra a Brígida que, logo depois, lançou os seus feitiços. Então, os vilões acalmaram-se e tornaram-se pessoas melhores.

Nessa tarde, os três tiveram uma grande conversa e perceberam que não valia a pena andarem a maltratar a população daquele paraíso e que, se fossem bonzinhos, as pessoas passariam a gostar deles.

Desde esse dia os vilões começaram a mudar e a tornarem-se pessoas que ajudavam os outros e não faziam maldades. Foi graças à Brígida que eles se transformaram, e todas as pessoas ficaram muito agradecidas por isso, pois agora já não tinham medo de andar nas ruas e eles até ajudavam.

Ana Beatriz Henriques Andrade

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